Como fazer durar a bateria do seu smartphone

Atualmente vários smartphones apresentam carregamentos rápidos, carregadores de elevada potência que atingem 80, 120 e até mais Watts, alguns desses super carregadores anunciam que carregam baterias por completo em menos de 15 minutos. Não será prejudicial para as baterias carregar tão rápido?

As baterias evoluíram ao longo dos tempos

A evolução das bateriam passou muito pelas suas composições químicas, hoje são ião lítio (lithium-ion) ou polímero de lítio (lithium polymer). As baterias funcionam com um polo positivo e polo negativo, os iões de lítio passam do polo negativo para o positivo através duma solução líquida de eletrólito (electrolyte), assim que os iões passam a energia é libertada no circuito. É desta forma que o smartphone fica com energia. Quando essa passagem termina, a bateria chega a 0% e não é libertada mais energia. Carregar a bateria é mover de volta os iões do polo positivo para o negativo.

Pode-se fazer uma analogia de uma bateria com uma esponja, em que as baterias absorvem energia, absorvem mais energia quando têm menos energia e quando se aproximam da capacidade máxima deixam de absorver energia de forma tão eficiente, podendo existir nesses casos energia em excesso perdida. O mesmo se passa numa esponja, na esponja esse excesso seria de água não absorvida a passar, numa bateria esse excesso de energia é convertido em calor.

Como funciona um carregador de bateria rápido?

Um carregador de muitos Watts apenas atinge esse pico energético por momentos e não fornece essa quantidade de energia de forma constante, isso é notório se utilizar cabos que incluem o seu próprio display energético informando a quantidade exata de energia que o smartphone está a receber naquele momento.

As baterias perdem rendimento ao longo do tempo. Em vários smartphones como nos iPhones podemos verificar a percentagem de vida das baterias.

Porquê que a bateria perde capacidade?

  • As baterias não gostam de estar a 100%
  • As baterias não gostam de estar a 0%
  • As baterias naturalmente degradam-se ao longo do tempo, degradam-se sempre que vão passando por ciclos de carregamento (isto é natural e não pode ser evitado)
  • O principal fator de degradação de baterias de forma muito mais rápida é o calor. Internamente o que acontece é que a solução de eletrólito é sensível ao calor e às alterações de temperatura, pode inclusive cristalizar perdendo capacidade de armazenamento de energia. Nestes cenários, se a bateria torna-se menos eficiente a armazenar a energia liberta mais calor.

Então se os carregadores de bateria rápidos enviam mais energia, produzem mais calor, serão maus?

Os fabricantes encontram-se sempre a lidar com um equilíbrio muito ténue entre carregar mais rápido ao mesmo tempo que tentam não degradar em demasia a bateria. Existem inúmeras pesquisas e técnicas aplicadas neste sentido. O One Plus por exemplo apresentou os carregadores Warp Charge 30 e Warp Charge 30T, ambos com 30 Watts porém o 30T carregava mais rápido e isso acontece pois tem a gestão de energia diretamente no carregador, assim o 30T produzia mais calor no carregador, perto da tomada em vez desse calor ser produzido no smartphone perto da bateria. Desta forma o 30T consegue enviar muita energia por um período mais longo sem produzir o mesmo calor.

Uma técnica quase brilhante que alguns fabricantes adotaram para contornar o problema do calor é ter mais do que uma bateria interna. Dividir por essas células a carga energética que o smartphone recebe reduz o calor em cada bateria porém o espaço necessário também entra na equação quando falamos em smartphones, todos procuram ser mais leves e mais finos, a desvantagem desta arquitetura é uma ligeira menor capacidade total da bateria. Várias células e os componentes extra para a gestão das mesmas não é eficiente em termos de espaço.

Se todos sabemos que as baterias degradam-se, qual o padrão aceitável pela industria dos smartphones?

Os padrões aceitáveis de fabrico e utilização pressupõem uma estimativa de 80% de vida de bateria após sensivelmente 800 ciclos de carregamentos, assim se carregar o telemóvel uma vez por dia, atingirá os 80% de vida da mesma em dois anos.

Carregar rápido não tem de ser mau

As baterias estão em smartphones que como o nome indica são smart, por exemplo, após alguns dias a carregar durante a noite o smartphone aprende quando acordamos e gere o carregamento pela noite. Por norma quando ativa esta funcionalidade a bateria é carregada até 80% quando é ligado o carregador depois perto da hora de acordarmos quando a bateria já arrefeceu, ele carrega até aos 100%.

Concluindo, os smartphones devem ser utilizados de forma normal sem darmos motivos para aquecerem mais do que devem. Não devemos deixá-los ao sol como num tablier dum carro ou numa toalha de praia além disso e muito importante, devemos evitar jogar ou utilizar eles de forma exaustiva enquanto carregam.

Nota: Os casos de explosões dos Galaxy Note 7 não estiveram relacionados com aquecimento nem carregamento rápido, mas sim num defeito de fabrico onde os pinos positivos da bateria ficavam num canto tão próximos dos pinos negativos que se podiam tocar.

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